sábado, 9 de abril de 2011

A PORTA

Mesmo depois de uma noite agitada, ele não conseguia esquecer aquela porta e o que consequentemente o esperava atrás dela.
            Sabia que explicações e provas não o salvariam de um destino certo.  Ainda meio tonto, cansado, camisa meio aberta, precisava respirar. Naquela hora um vento fresco passava por seus cabelos, que já tinha perdido a forma e vividez de outros momentos.
            Avistou o lugar, que lhe era muito familiar, mas mesmo assim lhe dava medo. Parecia vazio. Com a visão ainda turva caminhou com dificuldade até ficar em frente à porta, que agora saia de sua mente para se tornar realidade, logo aquilo que estava atrás dela também se tornaria.
     Não foi difícil encontrar a chave em seu bolso, pois agora ela pesava, a ponto de ter que se segurar na porta para não sucumbir. Pegou-a com dificuldade e depois de algum tempo conseguiu introduzi-la na fechadura. Girou-a, a ponto de poder escutar em alto e bom som todas as engrenagens trabalhando contra ele, o que estava atrás também pôde ouvir, já que uma respiração agora podia ser sentida do lado de dentro, tirando completamente a idéia de estar vazia, era uma respiração forte e profunda, a qual parecia que todo lugar se contraia em função da inspiração daquela criatura. E por um momento olhou para trás contemplando a noite, como se fosse à última vez que fosse vê-la.
Ele mesmo respirou profundamente e empurrou a porta com um ranger aterrorizante. Ela se abriu.
     Olhando para dentro daquela escuridão densa, como o fundo de um precipício, pode ver o ser que tanto o aterrorizava, iluminado apenas por uma luz fraca, podia ver aquela expressão que não poderia ser descrita nem pelos maiores autores do mundo do horror.
     E aquele olhar que transbordava ódio, foi esvaziado por aquela bocarra, num rugir que gelaria a espinha até dos mais bravos soldados de a “Odisséia”.
- Joílson seu cafajeste, há essa hora e bêbado como um porco...

                                                                        (Lenon Rocha Martinez - 2011)


"Sou uma pessoa que adora o modernismo e gerencia bem o tempo, escrevo em filas de bancos ou enquanto espero o ônibus, uso como ferramenta meu “celular modernão" (Lenon R. Martinez)

Nenhum comentário:

Postar um comentário